COISAS DE SEMPRE >> Carla Dias >>

Houve momento em que era coisa de sempre me apaixonar pelo impossível. Se parecia completamente funcional, prático, eu corria léguas. Queria me aventurar, mais do que isso, eu queria a liberdade na sua essência. Mas não tinha agilidade para tanto, porque a essência da liberdade cabe no entendimento de alguns, tem versões diversas, mas todas elas se enamoram de primeiros passos... E eu teorizava os meus. Eles não saiam do sonho, do daqui a pouco, do talvez. Ainda assim, na excentricidade da minha coragem que teimava em ser útil somente na fluência da escrita, coisas de sempre foram estocadas e outras ainda ganharam vida.
Como a coisa de sempre que era o gosto por colher girassóis com o olhar. Essa é uma coisa de sempre que ainda é. Há de ser até sabe lá.
Coisa de sempre atual é flertar com o possível. O impossível é desafiador, mas o possível requer sabedoria para ser bem utilizado, além de certa paciência. O que nos é permitido ou aquilo que com um pouco mais de trabalho e dedicação podemos trazer para as nossas vidas, é uma coisa de sempre abençoada. Como um banho, depois de um dia pesado de trabalho; uma oração silenciosa, a comida da mãe, a gargalhada dos sobrinhos. A fé e o ceticismo.
Tudo o que nos transforma é uma coisa de sempre. Algumas desbotam com o tempo, pois tiveram seu papel e ficam ali, lembranças. Outras se embrenham na gente e não saem mais.
Impossível ou possível, bom saber que há coisas de sempre capazes de nos impulsionar a reaprender a nós mesmos, diariamente.
Imagem: Sunflowers, Van Gogh
Impossível ou possível, bom saber que há coisas de sempre capazes de nos impulsionar a reaprender a nós mesmos, diariamente.
Imagem: Sunflowers, Van Gogh
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beijo grande