rock florzinha paz e amor >> whisner fraga
não gosto de foo fighters, eu também não, mas tem qualidade, né?, uma coisa é gostar, outra é a qualidade, e eles meio que renovaram a tropa fã de rock, então tá valendo, pra mim não tem qualidade, é tudo basiquinho, os acordes, o arranjo: será que começam com drogas leves e vão pras pesadas?, metallica?, é, metallica, ferraram o metallica quando colocaram master of puppets no stranger things, mas tem a grana, todo mundo precisa comer, né?, é, se ainda fosse kill´em all, mas aí não ia colar com os espinhentos, né?, é, não ia, um amigo me falou que só se pode considerar música a erudita, a clássica, se for ver, é mais ou menos isso mesmo, o estudo, né?, e na calada da noite deve tá ele escutando pagode, eletrônica, mas, por exemplo, o dave mustaine, estudou pra caramba, mas não é clássica, é clássico, mas não é clássica, eu acho que o rock tá agonizando, é questão de tempo até entregar os pontos, vai reciclar, vai se tornar outra coisa, é o destino de qualquer estilo, desde que não se torne funk, ah, nada, vai ser mais como rocfunk ou rollgode ou heavanejo, será que não é purismo, preconceito querer que continue a mesma lengalenga de guitarra-baixo-bateria-vocal?, deve ser, sim, e tem outra, tem tudo a ver, porque quem curte heavy metal hoje é a velharada, não renovou não, nem com foo fighters nem com system of a down ou rammstein, e a velharada conservadora, que odeia música de protesto, sessentões headbangers berrando mito no show do sepultura, é isso, mais ou menos, e a petralhada curtindo foo fighters, greta van fleet, green day, a pasteurização gourmet florzinha paz e amor do jimi hendrix, coitado se revirando lá no túmulo, é triste quando a gente pensa que o rock está na uti e a música clássica seiscentos setecentos anos a mesma, firme e forte, geração saúde, só adicionando um oboé aqui subtraindo uma harpa ali, mas a mesma velha de guerra, os mesmos deuses, como na literatura, as regras de sempre, as mesmas trangressões fake de trezentos anos, de mil e trezentos anos, de dois mil e trezentos anos, esopo, homero, sogi, hafez, a apologia à apologética, tudo reutilizado com cara de novidade, uma quebra de linha aqui um parágrafo em branco acolá um fluxo de consciência mais adiante, tipo o metallica do justice for all, né?, só que com pedais novos, né?, é isso, os pedais, mas as seis cordas ainda estão lá, teclado nem pensar, ah, o rush, aí é mais pra progressivo, outra onda, boa também, os caras são gênios, mas tamos falando de heavy, death, thrash, black, enquanto der, se vai morrer eu não sei, o importante é que vamos continuar ouvindo, depois não quero nem saber, por falar nisso tem show do cradle of filth, vamos?, demorou.
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