VIVER É MELHOR QUE SONHAR >> Sandra Modesto
A música sempre esteve presente na minha vida. Meus pais cantavam. Faziam duetos lindos. Meu pai uma voz grave e minha mãe uma voz aguda.
Eu ficava admirando o cantar dos dois. Gosto também de filmes nacionais. A produção cultural brasileira é muito rica.
Por aqui temos durante esses dias algumas possibilidades. Acervo na estante e discussão sobre: Kindle sim, Kindle não. Mas eu gosto de cheiro de livro, daí, sigo na dúvida.
E a televisão? Não tenho como fugir. Busco um bocado de minisséries.
Assisti em 2018 “Viver é melhor que sonhar” baseada na vida de Elis Regina.
Episódios de chorar, rir. Imagens e entrevistas do passado intercaladas com os atores na ficção. A atriz Andréia Horta se entregou por completo, os gestos, o sorriso, a ira, o jeito de olhar e gesticular cantando, o jeito de fumar...
Mel Lisboa, a Rita Lee na juventude. Caracterização perfeita.
Voei um pouco. Um breve despertar no relógio do tempo...
Quando Elis morreu, lembro-me como se fosse hoje. Uma prima da minha mãe, Selma era o nome dela. Não saía lá de casa. De repente, ela chegou e já foi gritando:
— Jacinta, a Elis Regina morreu, viu? Deu agora no programa de rádio.
A Elis morreu em dezenove de janeiro de 1982 aos trinta e seis anos.
Eu tinha vinte e um anos. Uma jovem assustada com o mundo.
— Mas a Elis, aí não, o que aconteceu?
Minha mãe e a Selma conversaram um pouco e eu nunca mais ia ver Elis.
Nesses tempos sombrios lembrei que o canal Brasil tem o documentário.
Globo Play disponibilizou também.
O título da minissérie é o trecho da música “Como nossos Pais”- de Belchior. Sempre atemporal.
Por isso dona quarentena escuta só:
Vou ouvir “Como nossos pais” no vinil.
Vou dar play na minha lista de gravações do canal Brasil e assistir Elis.
Afinal... Viver é melhor que sonhar.
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