O LOBO E A OVELHA >> Paulo Meireles Barguil

Os quereres, bem sabemos, vivem famintos e sedentos.

Eles são gulosos, para não dizer voluptuosos.

Para se saciarem, desprezam a Ética, pois não consideram o outro como sujeito, apenas como objeto: após obterem a satisfação, o descartam.
 
Caso decidam se saciar em fonte já por eles desprezada, o farão sem qualquer remorso.
 
Se precisarem prometer o impossível ou suplicar desculpas, invocarão, até, entidades divinas.

As cicatrizes são lembranças das feridas obtidas na intensa aventura de encontrar o lobo e a ovelha que habitam em cada um de nós.
 
Amansar a fera cobiçosa é uma possibilidade, embora ela possa se rebelar após a domesticação.
 
A ovelha passeia na pastagem sem saber quando outra irá, sorrateiramente, atacá-la...

Comentários

Carla Dias disse…
Lindeza, Paulo. :)

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