RETROSPECTIVA 2015 A.D. >> Albir José Inácio da Silva
Este foi mais um ano em que bárbaros
atacaram a civilização em bandos famintos e raivosos.
No início com paus e pedras
contra as lanças, escudos, flechas e catapultas dos gregos e romanos. Mas, ao
longo das eras, as traições de aliados e os equívocos dos líderes facilitaram a
aquisição de armas pela barbárie, que agora ostenta mísseis e fuzis.
O combate a
essas hordas tem se mostrado ineficaz. Morrem aos milhares, mas brotam da terra
como se feitos dela, com sua cor e abundância, surgem de todos os lados,
indignados, como se fosse nossa a culpa pela miséria. E não se acabam por mais
que os naufraguemos, escravizemos ou crucifiquemos.
A civilização luta para incutir a
fé e civilizar o gentio, mas encontra resistência dos bárbaros e incompreensão
de seus pares na hora de dividir despojos e territórios.
Foi assim no século passado
quando nos arrependemos dos séculos de pogroms contra os "assassinos de Jesus" e
saímos em defesa de nossos irmãos judeus que morriam aos milhões no holocausto nazista.
Finalmente reconhecemos-lhes o título de guardiães de nossas mais caras tradições.
Até bombas atômicas tivemos de usar. Mas nossos irmãos foram finalmente
devolvidos a Canaã, não sem que antes precisássemos expulsar de lá os
terroristas invasores.
Na verdade trata-se dos mesmos
bárbaros que combatemos na Idade Média, quando nossos cruzados arrasaram cidades
e nações hereges que se recusaram a devolver os lugares sagrados da nossa fé e precisaram
ser exterminados a fio de espada. Pelo jeito, não aprenderam a lição.
Mas como combatê-los? Imaginam-se
mártires pós-modernos com direito a quinze minutos de fama na Terra e setenta e
duas virgens no Paraíso. Não lhes interessa a vida de fome, humilhações e
assistindo massacres de irmãos. Se o inimigo quer a morte, como combatê-lo?
Na África também tem sido vão
nosso esforço civilizatório. Muitos deles
nós trouxemos enquanto ainda eram coisas para dar-lhes trabalho, humanidade e
salvação. Hoje espalham-se insubmissos, preguiçosos e apegados a suas crendices
e cultos demoníacos. Nem mesmo serviram como mão de obra para construir o
progresso da humanidade.
E agora chegam por vontade
própria, refugiados fugindo da fome e da guerra. Invadem nossos países,
disputam nossos empregos, sincretizam nossa crença. Ou então, formam grupos
terroristas para atacar nossas cidades e atrair nossos jovens.
Para a maioria dos americanos, estamos
perdendo a guerra contra o terror ou, como dizia Bush, contra o “eixo do mal". De
nada adiantaram os esforços de nossos antepassados no combate à barbárie. E
nuvens bárbaras continuam chegando e nos ameaçando por terra e mar. Legiões de
terroristas disfarçados de famintos e moribundos infiltram-se em nossas
cidades. Recrudesce a luta do bem contra o mal.
Em 2016, vamos continuar pregando
a paz e combatendo, como Herodes, os guetos em que brincam na lama as crianças
bárbaras, na tentativa de eliminar o mal pela raiz, para que não cresçam e se
tornem adultos bárbaros, suicidas, que ameaçam explodir a inocência e a
santidade da nossa civilização.
Comentários
Eu, apegado à esperança, creio que um dia poderemos fazer uma renovada retrospectiva.