ÍNDICE COXINHA DE SATISFAÇÃO
>> Fernanda Pinho
Minha irmã chegou de uma festa de formatura - daquelas com bufê, banda e adereços carnavalescos que avacalham o traje passeio completo - e a primeira coisa que eu quis saber, claro, era se a festa estava boa. "Tinha coxinha". Foi o que ela me respondeu, cheia de empolgação e, pra mim, já era o suficiente pra saber que valeu a pena passar três horas no salão de beleza. Eu e minha irmã respeitamos muito as festas onde são servidas boas coxinhas. Principalmente, agora, com o mundo cada vez mais metido a besta, onde a coxinha parece estar perdendo - injustamente - lugar para frescuras feitas com damasco, salmão, ricota, tomate seco, ervas finas e outras bobagens do gênero.
Acho muito frustrante chegar em uma festa e descobri que não tem coxinha. Eliminem a cerveja, o bolo de aniversário, que seja, mas não a coxinha! Em compensação, poucas situações são tão aliviantes quanto a de estar numa festa cheia de comida antipática e avistar um garçom trazendo uma farta bandeja de coxinhas.
O garçom encarregado das coxinhas tem toda a minha atenção e meus olhares. É um príncipe. O guardião do tesouro. Se a coxinha for de catupiry, me deixa tentada a cometer suborno. Se tiver muita massa, penso em deixar os escrúpulos de lado e fazer um caixa dois da delícia na minha mesa.
Porque a massa da coxinha é de comer rezando um rosário de joelhos no milho. Sério. Quem inventou a massa da coxinha? O povo fica aí dando prêmio Nobel de Física pro moço que decidiu estudar uma coisa chamada grafeno e despreza esse gênio da gastronomia. É por apreciar tanto essa massa dos deuses que defendo a teoria de que o correto é começar a comer a coxinha pela parte maior. Assim, deixamos aquela pontinha de paraíso pro final. Já travei embates intermináveis com minha amiga Lili sobre isso. Somos amigas há 16 anos, concordamos em quase tudo. Quase tudo porque ela jura que o certo é começar a comer a coxinha pela ponta. Tão inteligente, tão culta, e defendendo um absurdo desses. Quem entende?
Não entendo a Lili e também não entendo essa proliferação de franquias pra vender empada. É casa da empada, empório da empada, armazém da empada, oficina da empada, barraco de pau-a-pique da empada. Acho exagero. Ok. Elas são simpáticas, cheirosas, vistosas e até gostosinhas. Mas nunca chegarão aos pés de uma suculenta coxinha. Já partilhei com algumas pessoas minha indignação por não haver estabelecimentos comerciais dedicados a esta maravilhosa iguaria e fui rebatida com o argumento de que isso não acontece porque, ao contrário das empadas diversificadas, as coxinhas são todas iguais. Ai, ai. Haja paciência com esses amadores. Bastaria contratar uma pessoa como eu que sou, digamos, uma sommelier de coxinha e o empreendimento seria um sucesso. Garanto.
Porque coxinha é sucesso. Já nem falo do sabor que está ficando repetitivo. Falo das curvinhas de deixar Niemeyer com inveja. Já viu algum salgadinho com design mais fofo? Falo da sonoridade cômica da palavra. Experimente falar “coxinha” no meio de uma briga. Certeza que a discussão vira risada. Falo do sabor que...ops. Eu disse que não falaria do sabor...mas é irresistível. Me desculpe, gente. Coxinha é irresistível.
Comentários
Mas olha...não me mate, eu sou do time das empadas!kkkkkk
Não que eu não goste de coxinha, tb acho a massa a coisa mais gostosa, nem precisa de recheio!rs Mas eu prefiro coisas assadas, a fritura sempre me deixa ruim o dia todo!rs
Eu tb sou a favor de coisas simples e gostosas em festas. E olha que eu sou do tipo que adora novidades e prova de tudo!
Minha coxinha mais gostosa era uma que um tiozinho perto da minha escola vendia. Com catupiry! Será que ele ainda vende? Huummm, vou descobrir pra te levar lá!rs
Beijos, beijos!
Neste momento estou salivando aqui...
As coxinhas são perfeitinhas... lotadas de catupiri, gordinhas, quentinhas... ai como amamos!
O enroladinho de frango com espinafre e castanha que me desculpe, mas ele é fora da realidade. Coxinha é do povo! Coxinha reina! #amo
Beijos!