QUEM MANDA SER ROMÂNTICA?
>> Felipe Peixoto Braga Netto
Se você ainda chora ou pelo menos se comove com certas canções, se você ainda olha, com carinho, para coisas obsoletas como a lua cheia, se você, ao conhecer certos locais incríveis, ainda pensa que irá lá um dia com seu amor, sinto muito, mas eu devo avisar: você está no século errado.
Século errado?! É, século errado. Peça o seu de volta, acho que se enganaram. Você é romântica, isso não se faz mais. Ninguém entende, é como falar chinês no Mineirão, vão olhar para você com perplexidade, talvez com pena.
Os séculos, minha amiga, mudam de idéia, mudam de roupa. O romantismo é uma roupa que não cabe mais. Fica apertada, a perna aparece, ou então fica lamentavelmente larga, grande, excessiva. Aliás, faz tempo que é assim.
Lamartine Babo, compositor que trouxe a música brasileira de volta ao caminho da simplicidade, era um romântico incorrigível. Depois de receber cartas inteligentes e bem escritas de uma jovem de Boa Esperança chamada Vera, tomou um ônibus para ir conhecê-la, embora ela tenha dito que o encontro pessoal não seria possível. Chegando na cidade, ninguém quis dizer nada sobre a identidade da garota, embora todos rissem misteriosamente ao desconversar. Disposto a desvendar o segredo, Lamartine se dispôs a conversar com a menos sedutora das moças presentes. Ela, então, revelou-lhe o segredo: a inteligente autora das cartas, por quem Lamartine estava apaixonado, era o irmão dela, professor de Latim.
Pior: toda a cidade sabia do caso, e se divertia às custas dele. O tal professor chegava a ler em público, no clube da cidade, as respostas enternecidas de Lamartine. Nem por isso o genial compositor perdeu o bom humor, censurando-se apenas: "Bem feito, Lamartine! Quem mandou ser romântico?"
O melhor é ser duro, seco, impassível. Nem faça cara feia, leitora, a culpa não é minha, é do século. Faça como aquele colunista sentimental do jornal. Conhece a história? Foi assim. Uma mulher, desesperada porque encontrou o marido com outra, escreveu para a coluna sentimental do jornal. O problema é que a coluna era escrita por um homem. Ela escreveu dizendo: "Pelo amor de Deus, me ajude! Estava indo para o trabalho quando meu carro, sem nenhum motivo, deixou de funcionar. Peguei um táxi e voltei para casa. Encontrei, perplexa, meu marido na nossa cama com uma aluna dele, de vinte anos. Por favor, me ajude!"
Resposta do colunista: "Deve ter sido falta de combustível ou a injeção eletrônica. Procure um mecânico."
Século errado?! É, século errado. Peça o seu de volta, acho que se enganaram. Você é romântica, isso não se faz mais. Ninguém entende, é como falar chinês no Mineirão, vão olhar para você com perplexidade, talvez com pena.
Os séculos, minha amiga, mudam de idéia, mudam de roupa. O romantismo é uma roupa que não cabe mais. Fica apertada, a perna aparece, ou então fica lamentavelmente larga, grande, excessiva. Aliás, faz tempo que é assim.
Lamartine Babo, compositor que trouxe a música brasileira de volta ao caminho da simplicidade, era um romântico incorrigível. Depois de receber cartas inteligentes e bem escritas de uma jovem de Boa Esperança chamada Vera, tomou um ônibus para ir conhecê-la, embora ela tenha dito que o encontro pessoal não seria possível. Chegando na cidade, ninguém quis dizer nada sobre a identidade da garota, embora todos rissem misteriosamente ao desconversar. Disposto a desvendar o segredo, Lamartine se dispôs a conversar com a menos sedutora das moças presentes. Ela, então, revelou-lhe o segredo: a inteligente autora das cartas, por quem Lamartine estava apaixonado, era o irmão dela, professor de Latim.
Pior: toda a cidade sabia do caso, e se divertia às custas dele. O tal professor chegava a ler em público, no clube da cidade, as respostas enternecidas de Lamartine. Nem por isso o genial compositor perdeu o bom humor, censurando-se apenas: "Bem feito, Lamartine! Quem mandou ser romântico?"
O melhor é ser duro, seco, impassível. Nem faça cara feia, leitora, a culpa não é minha, é do século. Faça como aquele colunista sentimental do jornal. Conhece a história? Foi assim. Uma mulher, desesperada porque encontrou o marido com outra, escreveu para a coluna sentimental do jornal. O problema é que a coluna era escrita por um homem. Ela escreveu dizendo: "Pelo amor de Deus, me ajude! Estava indo para o trabalho quando meu carro, sem nenhum motivo, deixou de funcionar. Peguei um táxi e voltei para casa. Encontrei, perplexa, meu marido na nossa cama com uma aluna dele, de vinte anos. Por favor, me ajude!"
Resposta do colunista: "Deve ter sido falta de combustível ou a injeção eletrônica. Procure um mecânico."
Comentários
para cada um que veste a sua roupa larga e fora de moda, sempre há um par, também com vestes desalinhadas, para viverem no século que inventarem, dentro desse, meio torto...
ótima crônica, adorei.
beijos
kika
Você escreve que é uma beleza, eu curto muito.
Beijinhos doces cristalizados!!! ;o)
No fundo, é uma defesa dos romântico. Rs...
Felipe Peixoto Braga Netto
Mas também não vale a pena ser dura!
Seja quem você deseja ser, pois, com certeza, uma hora vai encontrar alguém que esteja no seu ritmo! Pode não ser agora, mas uma hora encontra!
thamyris silva ferreira, ps: tb estou esperando rsrs
ah!!! aki...depois vc me fala viu...o q achou do meu blog...bjim inté