SOBRE O TEMPO E O AMOR << SORAYA JORDÃO


 

Semana passada comecei a fazer meditação. Para dar esse passo, que parece simples para as pessoas disciplinadas, eu precisei encarar com coragem um arsenal particular de desculpas esdrúxulas: sou muito agitada; não vou conseguir me concentrar; não tenho tempo para isso. 

As duas primeiras desculpas, derrubei ordenando com voz firme: para de palhaçada! Vai lá e faz assim mesmo. A falácia da falta de tempo foi mais difícil de vencer, porque ela se encaixa perfeitamente em qualquer buraco. Serve para disfarçar preguiça, falta de vontade, de autoestima, medo de mudança. Tudo o que não queremos fazer ou não nos achamos merecedores de realizar escondemos atrás das enganosas frases : não tenho tempo ou não tenho dinheiro. Mas, na maioria das vezes, se é algo para agradar ou contemplar os outros, o tempo e o dinheiro aparecem. 

A coisa é tão bem feita que a gente acredita na balela do tempo como se fosse uma verdade natural, óbvia. Não é! Ainda que fosse real, uma existência sem tempo para fazer as coisas da nossa vontade ou para nossa saúde merece a reflexão: o que estou fazendo com a minha vida? Que escolhas são essas que me impedem de realizar desejos ou mesmo pequenas vontades? 

Fato é que achei o jeito de iniciar essa atividade que por anos protelei. 

Conclusão do primeiro dia de meditação: o tempo é feito o amor, ele só existe para quem quer vivê-lo e se acha merecedor.

Comentários

Anônimo disse…
Essa é uma experiência que vale a pena! É preciso persistência e, às vezes, é isso que nos falta.
Bom te ler, Soraya!
Admin disse…
Sou o Senhor da Procrastinação, não vou mudar, desistir de viver, só respiro por causa de meus pais que precisam de mim, de resto, de resto só sedentarismo, dormir um, duas noites, só levanto para atender uma emergência.
Adorei Soraya!
Albir disse…
Eu me digo todas essas mentiras, e concluo que não tenho salvação.
A sorte é que às vezes esqueço disso e faço algumas coisas.

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