CONVERSA (A)FIADA >> PAULO MEIRELES BARGUIL


Muita gente estava falando dela.

 

Uns bem, outros nem tanto...

 

Resolvi, então, prosar com ela e tirar minhas próprias conclusões.

 

Diversas temáticas foram contempladas: educação pública brasileira, agências de turismo no Jalapão, fases da alfabetização, melhor moeda para levar para a Argentina, notas de Matemática no SAEB...

 

Em todas, sua desenvoltura me impressionou positivamente.

 

Sua fluidez e seu desembaraço são, realmente, notáveis.

 

Resolvi, então, aumentar o nível do diálogo e pedi para ela discorrer sobre erro construtivo e erro não construtivo.

 

E não é que ela explicou corretamente  resumidamente: o erro construtivo indica a hipótese, a lógica do discente, decorrente do entendimento parcial e o erro não construtivo sinaliza desatenção, esquecimento ou incompreensão da situação  e ainda trouxe citações?

 

Não satisfeita, indagou-me se eu queria algumas referências para me aprofundar no assunto. 

 

Inebriado, aceitei.

 

Em segundos, ela apresentou algumas obras. 

 

Silenciosamente, revisei a lista.

 

Um pouco constrangido, afirmei, de cabeça baixa, que um dos títulos não existia e o apontei. 

 

Ela assumiu o erro e se dispôs a refazer as indicações, dessa vez, somente com as verdadeiras.

 

Assenti, afinal todos podem se enganar.

 

Rapidamente, ela me enviou.

 

Mais uma vez, verifiquei, com calma, a adequação do conteúdo.  

 

Razoavelmente decepcionado, disse-lhe, olhando para ela, que havia um erro e o indiquei. 


Dessa vez, ela não assumiu o equívoco e jurou, de pés juntos, estar correta, tendo, inclusive, indicado o ISBN da obra e a biblioteca digital onde o livro estava cadastrado.

 

Lá fui eu consultar o Lattes do autor, pesquisar o ISBN e procurar na biblioteca sugerida: nada!

 

Retruquei que, de fato, havia um erro. 

 

Ela, finalmente, assentiu que havia se confundido.

 

Com ou sem aviso, é necessário, sempre, conferir as informações que recebemos...

 

 

[Imagem criada, em 31 de outubro de 2025, pelo ChatGPT a partir do comando "Crie uma imagem sem palavras, inspirada em Marc Chagall, sobre conversa afiada"] 

Comentários

Como em toda conversa, é sempre bom verificar informações sensíveis. 😉
Anônimo disse…
Excelente crônica. Quando colocamos pessoas num
Pedestal deixamos de questionar até o necessário.
Anônimo disse…
Soraya

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