VELHO >> Fred Fogaça


Nem sei mais que fantasmas rondam o mundo, tão pouco mão invisível que controle qualquer coisa, porque sou velho, e de velho, o que restou aqui? Eu queria ter frases categóricas mas não tenho idade. Nem li as ultimas referências da academia sobre a razão e desconheço as mudanças de concepção da verdade. Talvez nem reconheça uma poesia se visse uma agora.

Porque a sensibilidade é tão datada? Que revoluções levam a revoluções eu sabia, sempre existiram, eu me lembro bem, mas de onde a mecanização trás o vapor e depois a longo prazo se torna um integrado? Programável! Porque essas revoluções desdefinem a eletrônica: e eu que sou cético e me achava razoável até a bateria acabar longe de uma tomada.

Distante do entendimento mas inevitável feito uma tentação e eu me confundo nessas novas existências: uma agonia de me ter prisioneiro os tempos, que não pertencem mais ao mundo, me preenche e assim me estranho: existem conceitos de ser que envolvem perfis online e eu não sei o que isso significa: há maneiras de estar que é subordinada à empresas privadas e imateriais que não tenho precedentes para classificar. A liquidez da definições escorre.

Observação: essa e quase todas imagens são minhas e estão no meu instagram @freedfogaca

Comentários

EZEQUIEL FOGAÇA disse…
Linda crônica! Um Ás da escrita!
Zoraya Cesar disse…
Ele vem nos levando pela mão com suavidade, a gente pensando que conhece o terreno e de repente, pá!: "me achava razoável até a bateria acabar longe de uma tomada." uma frase de efeito fulminante nos vira de cabeça pra baixo e nos faz olhar nos olhos.

Sou sua fã, Fred

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