poemas e diamantes >>> branco
não acredito
em rimas ritmos métricas
não acredito
em verdades trabalhadas
pois assim como o homem
que adentra a mina
e com sua picareta fere a terra
na procura pela gema
penetro dentro de mim
e procuro pela essência do que sinto
pode o minerador lapidar a pedra
ou o poeta melhorar o impulso
sem que se perca a bela e rude verdade?
essência é o bruto
assim como bruto é o estado da flor
não faço dos meus poemas
perfumes
com suas ricas e belas embalagens
minha poesia não é brilhante trabalhado
tirei a pedra opaca
e agora a mostro a vocês
e cabe a vocês a lapidarem
à sua maneira
ao modo de cada um
de vocês espero a pedra preciosa
de mim
o mínimo
sou apenas o minerador
foto : Marcus Web
© 2018 do autor*
publicado originalmente no livro poemas de gaveta
* alterações feitas para esta publicação
* alterações feitas para esta publicação
Comentários
Parabéns amigo 👏
Abraços
Elaine Franco
. Sensacional.
Quer no sentido crítico, quer no encadeamento de palavras e ideias. Sua analogia sobre a flor, ela é matéria prima, logo, estado bruto, logo, sem valor, é um achado daqueles que muito dificilmente outro escritor poderia imaginar um dia. Destes achados nasce sua grandeza.
Alcir