ISSO É SÓ UM FIM >> JANDER MINESSO

 

Hoje termina o Ano da Graça de 2023. Isso, claro, supondo que você:

1. Siga o calendário gregoriano;

2. Leia este texto na mesma data em que ele foi publicado.

Cumpridos os pré-requisitos acima, chegou o momento de olhar para trás, aprender com os erros, comemorar os acertos e aceitar que boa parte do que aconteceu foi mero acaso. Mais importante ainda é zerar o hodômetro e carregar as baterias para um novo conjunto de trezentos e sessenta e cinco dias. Se bem que, no caso específico do ano que vem, serão trezentos e sessenta e seis.

Há quem adore as últimas vinte e quatro horas do ano, assim como há quem não as suporte. Eu gosto bastante. Nenhum outro dia tem uma aura de completude tão grande quanto o trinta e um de dezembro. É a sensação de derrotar o Bowser, receber a bandeirada do Mihaly Hidasy e levantar a Jules Rimet, tudo ao mesmo tempo.

Por que será que a gente sente isso? Minha teoria é que todo ser humano é um Opala. Por sorte, existe um posto no fim de cada volta ao redor do Sol. É lá que enchemos nosso tanque com esse combustível mágico chamado esperança. Uma pessoa que não pode sonhar com um amanhã melhor é igual a um carro sem gasolina: serve para pouca coisa. A esperança é um fogo no rabo necessário.

Perdoem o texto frouxo e desconexo, mas estou de férias. Além disso, não sei bem o que dizer. Só queria aproveitar a data para escrever algo específico. Então, fica aqui o lembrete: 2023 acabou. Outros anos terão destino idêntico. E nós também teremos um final. Aliás, a Estatística mostra que o seu, o meu e o fim de tantos outros seres humanos será doloroso e desagradável, com a existência escorrendo do corpo aos poucos. Soa mórbido, mas tem horas que a vida é mesmo amarga, gelada e nauseabunda. Ela tem outros sabores também; só não dá para escolher. Nos resta aproveitar cada gole sem fazer cara de nojo, mais como um bebum que entorna o copo e menos como um sommelier. Pelo menos os porres da vida nos farão chegar ao final dela com a certeza de que experimentamos de tudo um pouco.

É isso, meu povo. Um bom final, um bom recomeço e, aos que forem dividir goles de vida comigo nos próximos doze meses: um brinde a nós. Se cuidem, mas não muito.

Imagem: Pixabay

Comentários

Caperutto disse…
2024, estou pronto para encher o copo!
sergio geia disse…
Um brinde, meu amigo. "Um bom final, um bom recomeço" pra nós. Feliz com sua chegada ao Crônica. Forte abraço!

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