VOLTEI >> Fred Fogaça


Tá, tô de volta, mas não vou pedir desculpa a ninguém. Lá fora, a vida tá osso. Eu tô assim, como também uma boa parcela de vocês: um trabalho remoto, um mestrado remoto, uns hobbies presenciais, mas em casa. Não vou mentir: umas escapadas aqui e ali. Só que a cabeça que esvazia, acha que eu não abri o arquivo e tentei soltar alguma coisa? Nem meu livro eu andei a revisando - e não reclamo à toa: A falta que faz ver o mundo, ver as pessoas, viver a cidade. Falamos de nos adaptar, de novo mundo, mas imagina só: a necessidade de uma mesa de bar, o taco de bilhar pra ocupar as mãos enquanto a conversa fiada acontece. Eu até esqueci, por um momento, como é prestar atenção no mundo; e é aí que tá um segredo: as oportunidades tão sendo poucas, tem que ficar atento. Se você não aproveitar todo o instante da sua experiência além-casa para perceber o drama das coisas, você volta pra casa vazio e de sacolas na mão. Nisso até comecei a uns contos pra guardar - quem sabe? Resgatei meu revisado da gaveta pra mais uma versão. Parece que tá funcionado, mas espero que não contem com a minha presença extremamente fiel, posso ceder à tentação em qualquer momento.

Comentários

Também tenho me sentindo assim... você tem toada a razão, precisamos aproveitar ao máximo dos momentos fora de casa. Leve, sensível e gostoso de ler seu texto. Espero que volte sempre :)
Albir disse…
Traduz muito bem o caos nosso de cada isolamento. O sofrimento, as reflexões e os pecados de cada dia.
Paulo Barguil disse…
Que sua estada não seja breve. :-)

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