DÚVIDAS >> Paulo Meireles Barguil

Eu tinha acabado de me deitar.


Estava pronto para dormir: de lado, com o travesseiro entre as pernas e debaixo do lençol.


Tão logo fechei os olhos, indaguei-me: "Será que eu fechei a porta do chalé?".


Tentei ignorar a dúvida, mas, mesmo com sono, sabia que não seria possível.


Ela iria continuar lá e, provavelmente, não me deixaria dormir.


E, se concedesse esse privilégio, visitar-me-ia em forma de pesadelo.


Antes que tragédias, imaginárias ou reais, acontecessem, concluí, sem maiores delongas, que o melhor seria resolver, o quanto antes, a pendência.


Saí da cama, desci os degraus e, após alguns passos e outras luzes acesas, descobri a verdade.


Agora, sim, eu poderia repousar sossegado!


Ah, se as minhas outras dúvidas fossem tão simples e fáceis de resolver como essa...

Comentários

Carla Dias disse…
Essas dúvidas que nos fazem levantar da cama, como se, ao não fazê-lo, abríssemos as portas para as tragédias. É isso... se outras dúvidas fossem tão fáceis de resolver. Ótima reflexão, Paulo. Obrigada.
Ah, essas dúvidas que nos tiram o sono! Pior é quando acontece no meio da noite, quando tudo para e mais grave... adorei o texto e a reflexão!
Albir disse…
Que interessante, Paulo! Dúvidas comuns e universais.
Paulo Barguil disse…
Obrigado, Carla, Alfonsina e Albir. :-)

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