AS HISTÓRIAS DE CONTAR >> Fred Fogaça

 


Eu não sou uma pessoa de planejamento, mas o lance do crônica pra mim é estratégia. Hoje, dia que escrevo, é um sábado, e amanhã é meu dia. Houve postagens que fiz, inclusive, durante a madrugada de sábado pro domingo, enquanto ia de lugar pra lugar e alternava minha consciência pra estados questionáveis, até que postasse pela manhã, pleno um after party. O caso de escrever durante o próprio domingo de postar e, Deus nos perdoe, também de não postar. Tenho trabalhado nessa iminência perigosa, mas considerando: pra que o sofrimento? A ansiedade de chegar o dia e não ter nada pra postar? O quê da coisa é a melhor história, a constante busca da melhor história, e por isso esperar até a última hora e averiguar em perspectiva o melhor momento de relatar, dramatizar ou observar. 
 
Eu não sei vocês, mas eu tenho esse desassossego do melhor momento que, preguiça minha, venha quase pronto. Aquele em que desço a mão no teclado - seja ele no notebook ou celular (nesse exato momento espero minha vez num barbeiro de bairro) - e o texto vem, fácil, bem escrito. Talvez este até seja um desses dias mas nem sempre se vence. Problema taí. E quando não vem? Tem vezes que parece que a gente não tem história nenhuma pra contar, só ouvir mesmo. 
 
Justifico: refletir a semana, que fiz? Estive à disposição das academias, em seus sentidos, eu li, revisei o projeto de livro, joguei. A vida comum, desafortunadamente comum. E estou achando que qualquer dia vou acabar falando de jogo aqui, acho que teria um tanto a analisar em material de enredo e personagem - é porque desde que assumi que teria que escrever o dia-a-dia pra ficar mais fácil gerar crônicas, eu tenho notado essa falta do dia-a-dia em si, como disse na crônica passada. Agora que voltei com os meios eletrônicos de que possibilitam jogar, eu o faço as vezes, e esse talvez seja meu assunto de alguma próxima crônica. Alguém aí lembra do bom e velho Doom? Pois quem sabe, tenho que pensar. 
 
Enfim, talvez sejam as histórias é que tem mudado, e eu só estou com dificuldade pra aceitar isso.

Comentários

Rosana disse…
Parabéns !! Vc e muito talentoso!! Dons são p sempre Adormecem no entardecer de um dia pesado e acordam com toda força que surge o sol.
Albir disse…
É isso aí, Fred. A dificuldade nossa de cada crônica!
Paulo Barguil disse…
Talvez as histórias não tenham mudado, mas você sim...

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