AI DE MIM, IPANEMA >> Sandra Modesto
Trinta de dezembro de 2019.
É noite. Acabamos de chegar por aqui.
Coloco a bagagem no quarto. Troco de roupa. Quero ver o mar. Tocar o mar.
Primeiro os pés. Desisto do mar gelado. Nunca vi tanto areia.
No dia seguinte...
Diante do mar me assusto.
Enfrento o olhar do mar.
Molho o corpo todo.
O céu me olha. A gente sorri.
Chego mais perto. Numa distância dos problemas que por ora
gozo por não pensar.
Enfrento o mar. Ou não?
Ouço um chamado:
Saio do mar de Ipanema.
Decidimos virar o ano em um bar no Leblon.
Meia noite do dia 31 de dezembro de 2019...
Ao longe e mesmo assim vistoso, o cenário está iluminado.
Abraço minha filha, abraço minha nora.
Abraço meu marido e meu filho.
Petra e Lacan entendem. Sentem que por alguns dias, vão latir e se divertir com a gente.
Essa gente peculiar.
Nós. A vida. O mar. As conversas ao redor da praia. Tudo mineiramente pra investigar um pouco do que é o Rio de Janeiro. Estamos em janeiro. Desculpe 2020. Nem me dei conta que você começou.
Nove de janeiro...
Chegamos a casa. É noite. É um desfazer de malas. E isso me exausta.
Depois de um banho quente escrevi sobre o meu caso de amor com o mar. Nem sei nadar. Mas trago em mim algumas possibilidades e certa ternura. Leveza espalhada na alma. Pode ser que nos próximos três anos, tenhamos muitas merdas no país. Espero não ter razão.
Respiro fundo.
Ficamos dez dias no Rio de Janeiro.
"Trocando em miúdos, pode guardar"
Talvez viver seja isso:
Mudar a vida de lugar.
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