VENDE-SE (VENDIDO) >> Fred Fogaça
Qual é a da adversidade?
Se descomprimi na necessidade de uma solução para que, só daí, sagaz, reafirmar-se na busca: de qualquer coisa. A cobra, com fome, come seu próprio rabo.
Temos de assumir que a tranquilidade não traz consolo, não traz certeza – se você for inocente, não deve continuar a leitura. O pior é perene.
Eu ter de vendê-lo era o meu morde assopra.
Eu tê-lo vendido é meu pecado maior.
Agora, o que? Se a mão pesada da burocracia me impedir o caminho, e irromper nos processos – kafkeanos, infinitos – e me atrasar o trato? Se o depósito de boa fé estiver ausente em fé envelope adentro? Se o tratante esvair, o que sobra?
A praça conhece meu nome.
Mas desconto seja dado, eu escrevo ainda de mãos à cruz, no calor desgraça; a hora exímia do paradoxo: me livrara, mas e agora?
Comentários
Mas se o pior é perene, qual é a da adversidade?
Confesso que fiquei com medo...