AGORA A NOITE >> Whisner Fraga
A menina enxota o cansaço com as costas das mãos.
Um choro ronda o rosto inacessível.
Pesadelo.
A madrugada se contorce pelo sono frustrado.
A menina pergunta.
A menina rasteja debaixo do lençol e sequestra um travesseiro.
Pergunta um devaneio.
Já se irrita enquanto puxa o cobertor.
Aproveito para sondar a calmaria das coisas.
O cão se queixa de uma sirene. Algo estala.
A menina se levanta novamente, aparece, enxuga o sobressalto dos olhos.
A menina descalça saboreia o desconcerto dos pés.
Uns fantasmas, ela se espanta. Uns espíritos.
Há fantasmas por toda a vida, repito.
Colho o suspiro, um resto de braços cruzados e pronto.
Devolvo a menina à cama.
Agora é comigo e com a noite.
Um choro ronda o rosto inacessível.
Pesadelo.
A madrugada se contorce pelo sono frustrado.
A menina pergunta.
A menina rasteja debaixo do lençol e sequestra um travesseiro.
Pergunta um devaneio.
Já se irrita enquanto puxa o cobertor.
Aproveito para sondar a calmaria das coisas.
O cão se queixa de uma sirene. Algo estala.
A menina se levanta novamente, aparece, enxuga o sobressalto dos olhos.
A menina descalça saboreia o desconcerto dos pés.
Uns fantasmas, ela se espanta. Uns espíritos.
Há fantasmas por toda a vida, repito.
Colho o suspiro, um resto de braços cruzados e pronto.
Devolvo a menina à cama.
Agora é comigo e com a noite.
Comentários
Há fantasmas por toda a vida, repito.
O que dizer frente a isso? Qualquer coisa que eu diga ficará pequena. Lindo.
Parece que vc está contando a historinha da minha filha mais nova. É desse jeitinho mesmo.
O seu texto, eu diria que é... como seria a palavra mesmo? Sabe quando a gente toca levemente a pétala de uma rosa para sentir a textura? Porque se a gente tocar mais forte, o nosso sentido se embota; e se a gente tocar muito muito levemente, o sentido não alcança? Você fez bem isso! Texto lindo!