CONFLITO >> whisner fraga
o cara esbravejou de quem é o carro branco e eu seguia focado nos números pingando no visor, não me atentei, ele repetiu, mais específico: o clio, olhei para trás e só um carro branco e só um clio no estacionamento e era meu, ergui o braço direito, como na classe da quinta série e esclareci é meu, ele exigiu que o removesse de lá, pois atravancava o acesso dele ao outro veículo, o do lado, quando me levantei, aluado, derrubei todos os envelopes e a vizinha me auxiliou, recolocamos no banco, empilhados, desfilei vagarosamente até a porta do automóvel, à guisa de provocação, atendi o pedido, feito até de forma atabalhoada, acumulei uns apoios do público, dada a cena repugnante para as nove e trinta da manhã, mas nem me importei, a desfeita me coube como vingança, entretanto, nada é assim, essa empatia conivente não integra o comezinho da realidade, e danei a cismar, eu não me reconhecia possuinte de qualquer coisa, é até lugar-comum este silogismo, para ser chique: existiam o papel pass
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