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a música começa, três segundos, qual é?, é pouco, aquela introdução, eu sei, eu sei, mas agora, assim, essa pressão, duran duran?, errou, me dá uma dica, que isso, aqui não é programa do silvo santos não, mais dois segundos?, tudo bem, mais dois segundos, pet shop boys?, tá louco?, essa velharia nem deve ter no aplicativo, 

esses incitamentos, esse elos: 

até onde retornar para intuir a arte?, por que uns gostam de duplas sertanejas, outros de bandas de death metal, alguns de orquestras?, nat king cole, meu pai alerta, mais do que nat, imaginei, keith jarret, mas aí é diferente, 

remascando essa frase - mais do que nat, ponderei: por que mais?, keith é mais do que anitta?, count basie mais do que mc kevin?, grand funk mais do que simone e simaria?, não rola um pouco de preconceito em tal afirmação?, discriminação social?, racismo?, que vespeiro,

é quase certo que duke ellington estudou bastante, treinou com afinco, se dedicou às composições, inovou antes mesmo que este verbo se tornasse moda, mas um disco dele é melhor do que um de gusttavo lima?, de qualquer maneira não posso opinar, com propriedade, a respeito do tema, porque nunca escutei gusttavo lima, 

mas é?,

não posso me trair, porque sempre considerei complicado hierarquizar a arte:

se avizinhou uma resposta, ainda que com cara de suposição, ainda que com jeito de desculpa (é preciso desenvolver melhor isso aí): não é conveniente comparar arte com entretenimento, mesmo se, em alguns casos, a fronteira entre eles seja imperceptível, 

acredito que contrapor as virtudes de um e os problemas de outro seja aceitável, bastam alguns ajustes verbais: caetano veloso tem uns acordes sofisticados, já ludmilla privilegia arranjos mais simples,

soou pior, intolerante,

como quando alguém me provoca, puxa, você não tem jeito de quem curte bandas barulhentas, 

gosto não se discute?


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imagem: gerada no dall-e ao estilo de leonid afremov.

Comentários

Jander disse…
Bah, taí uma discussão pra lá de espinhosa. Mas o debate foi muito bem proposto. Ficaria horas falando sobre o assunto na mesa do bar. Vou até colaborar com meus cinco centavos de opinião: The Cure ainda é a melhor que existe. E quem discorda tem o direito de estar errado.
Whisner Fraga disse…
Jander, The cure sempre será a melhor, até o final dos tempos. Abraços!
Nadia Coldebella disse…
Fico preocupada com esse conceito atual de que tudo é arte. A arte até pode nascer de um impulso ou se manifestar num traço ou rabisco, mas ela não é impulsiva nem simplória. Ela exige muito trabalho e mesmo a simplificação exige trabalho duro, escolhas tecnicas e muito desapego.
Então, como é que um grupo de batidas aleatórias ou dedilhados repetitivos, com letras que poderiam ter sido escritas em cinco minutos no banheiro, podem ser chamadas de música?
Pode me chamar de preconceituosa, intolerante ou antiquada, mas não vou gastar meus ouvidos nem cérebro nisso. Você ouvir um "november rain", mergulhar naqueles acordes maravilhosos, na voz inigualável do Axel Rose é muito diferente de vc ouvir Gustavo Lima ou MC coisinha.
Logicamente esse tipo de "música" tem uma carga da cultura e são reflexos de uma época, mas não me obrigue a chamar de arte...
Quando é arte, de alguma forma te provoca, te muda e te eleva. Arte da muito trabalho, pra quem faz e pra quem contempla!
Amei seu texto!
Zoraya Cesar disse…
hahah, Jander e Whisner, ok, The Cure a melhor, mas em que nicho? Pop? Pop rock? indie? Rock rock? Da década de 80? Inglesas? Difícil mesmo essa discussão! Interminável e inconclusiva. Mas um dedinho de polêmica aqui, pra animar ainda mais: uma coisa é qualidade musical - independente de ser agradável ou bom. Pink Floyd pode ter qualidade musical inquestionável, mas tem gente q nao suporta (não é meu caso). Sidney Magal pode ter qualidade musical zero, mas é bom demais kkkkkk . A gente aguenta assistir sentando, só absorvendo a energia, de um show do Caetano. Aguentaríamos o mesmo num da Ludmilla?
E aí, bora dançar?
Zoraya Cesar disse…
Em tempo: amo The Cure. Commo não?
Albir disse…
Nem me atrevo, por falta de formação e competência. Vou gostando de umas coisas que me embalam e surpreendem. Retorno muito aos antigos, mais por nostalgia que por convicção sobre qualidade. Procuro não ser preconceituoso, nem sempre consigo.
sergio geia disse…
Realmente, dos mais espinhosos esse papo. Sofisticação ou simplificação definem arte? Algumas canções me emocionam, mais que cantores, grupos, etc. Me emociona também sentir a emoção das pessoas com a arte. Difícil definir. Há muita coisa ruim, verdade. O problema é que muitas vezes essa coisa ruim emociona as pessoa. Complicado.

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