AMÉRICA ALTERNATIVA >> André Ferrer
Sob
o estrondo da Lava Jato e da Reforma Previdenciária, marulha o desejo
governamental por redefinir as leis que regem a imigração. Em outras palavras:
há uma vontade atropelada de facilitar o acesso de estrangeiros num contexto
geopolítico merecedor de uma cuidadosa e profunda análise. Os defensores da
ideia, rasteiros e populistas, alegam que tal reforma alavancará a nossa
economia. Será? É disso mesmo que a nossa economia precisa?
Logo
nos primeiros anos desta colônia, a questão do estrangeiro já foi resolvida. Com
ou sem facilitadores legais, o futuro destas praias, como paraíso e refúgio,
apenas replicará um passado cheio de cancelas gentilmente levantadas.
Muito
em breve, os principais países da Europa estarão fechados. Assim, a América do
Sul, de novo, brilhará como o melhor destino para toda e qualquer criatura.
Na
França, alvo sistemático do terrorismo islâmico, é inevitável que se abaixem os
ferros. Há tanto pânico nas ruas, que até a esquerda já admite restrições - se
bem que algumas horas atrás, nas eleições de 23 de abril, o Partido Socialista
ficou fora do pleito presidencial numa derrota histórica. Para o segundo turno:
Le Pen e Macron. Este, ainda que se apresente menos endurecido que Le Pen, é um
liberal e pensa como um banqueiro. Macron é o sócio francês da família Rothschild.
Logo,
os expatriados não contarão mais com a Europa. Fugirão, às grandes levas, para
uma América alternativa, isenta de Trump - este Shangri-La situado abaixo da
Linha do Equador. Consequentemente, como povo hospitaleiro e pimpão - que já
recebeu nazistas, terroristas italianos e carniceiros vindos de ditaduras
africanas -, aqui estaremos com os nossos braços abertos.
Em 2015, autoridades espanholas flagraram o menino marfinense Abou, que chegava à Europa dentro de uma mala |
Fora
de dúvida, o que o governo pretende afrouxar no papel, o povo brasileiro já afrouxou
na prudência e na sensatez há décadas. Gente que não se questiona. Gente que
não questiona a moral e a ética das pessoas que governam o seu próprio país.
Gente que aceita qualquer vara no traseiro! De fato, uma gente assim jamais
questionará a qualidade de quem chega de um mundo tão injusto e assassino.
Terreno fértil para radicalismos, país nenhum está livre de ser. Nesse jogo de
conspirações e inimigos sem rosto em que, nas últimas décadas, o nosso planeta
se tornou, temeridade é mesmo quando se deixa tudo ao deus-dará.
Com
ou sem reforma, sempre haverá pouco discernimento e muito "boboalegrismo"
brasileiro no ato de identificar e apartar indivíduos criminosos da massa de
verdadeiros pobres coitados. Afinal, ter um pouco de razão e cautela é pedir
muito para o nosso caloroso e relaxado caráter.
Comentários
Fomos, acolhidos, num passado não tão distante, numa época de guerra em andamento, diferente de um "medo" em eterno processo...Sim, há regiões, Síria, etc...que sim, seus cidadãos carecem de apoio urgente....O Brasil é sim um caldeirão de Etnias, tem imigrantes de tudo que é lugar, talvez um país único, neste sentido. A ONU, se tornou inoperante, há tempos, quem "obedece" suas decisões atualmente?...desde a Guerra no Iraque....ela caiu em descrédito!Dentro de critérios razoáveis, devemos sim acolher, os agora "refugiados", antes "trabalhadores de outros países". Quem no Brasil não tem raiz em outro país? Fomos acolhidos, devemos, agora, acolher. Abraços, José Luís O.Bombonatti