FARSA >> Paulo Meireles Barguil

No contexto teatral, conforme o Houaiss, ela é uma pequena peça cômica, com gracejos e situações ridículas, bem como qualquer coisa de caráter burlesco, que provoca riso ou zombaria.


Conforme a mesma fonte, ela também pode significar ação ou representação que induz ao logro; mentira ardilosa, embuste.


A depender da perspectiva da pessoa, um acontecimento pode ser interpretado de uma forma ou de outra, sendo esta antagônica daquela.


A Humanidade sempre teve burladores, alguns mais hábeis do que outros, tal como acontece em todos os ofícios, seja em uma perspectiva ou em outra.


Desafio, sempre atual, é identificar personagens burlantes, pois o discurso e o gesto vigorosos costumam inebriar as plateias, sedentas e famintas de justiça e igualdade.


Desolado, sinto-me, quanto percebo que poucos no palco diminuto, de um lado ou de outro, querem realmente interromper a tragédia, a qual é ignorada, embora intensamente vivida, pela multidão.


A despeito deste roteiro e cenário, para os quais não encontro adjetivos adequados, seguirei espalhando sementes e colhendo frutas, no quintal e onde mais possível for.

Comentários

Nadia Coldebella disse…
Pois é, estamos como plateia concordante ou não vendo o desenrolar de uma tragédia executada em um palco cheio de personagens burladores e burlescos que encenam embusteiramente uma história em que, entre mortos e feridos, provavelmente perder-se-ão todos.
Suas palavras são sábias e acuradas.
E vc escreve de um jeito muito bom.
Zoraya Cesar disse…
Quanta profundidade numa crônica tão pequena. Pequena em tamnho, enorme no significado.
Albir disse…
Verdade, Paulo!
A tragédia na plateia não interrompe a ópera bufa no palco.

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