SACERDÓCIO >> whisner fraga
o primeiro sol arranha a túnica marrom,
antes desta faísca inaugural, a aragem,
e, antes ainda, o sono,
a túnica ondeada e eclesiástica,
uma tinta nova, violeta, nutre o turíbulo,
ao lado a pena e as folhas,
o primeiro sol me apanha cerzindo infinitos,
conluios, traições, emboscadas,
os óculos agarrados ao nariz,
a esperança requeimada,
a menina empunha o café, um biscoito na outra mão,
sem açúcar?,
o primeiro sol veste a cadeira, aduba o sonho,
a história entorna as letras pelo papel,
e tudo é virginal e nem se sabe se vingará,
mas é vivo,
a menina reconhece um prenúncio,
o primeiro sol germina neste infinito agora:
estamos prontos
.
Comentários
Seja para trabalhar.
Seja para estudar.
Seja para comer.
Seja para dormir.
Seja para algo menos utilitário e mais sagrado.