Ganhei uma meia preta. Uma não. Na verdade, três, três pares de meias, para a minha alegria, todas pretas. É que eu só tinha meias azuis. Sonhava com meias pretas. Meia comum. Segundo os especialistas, meia social masculina, de modelagem clássica com cano longo, confeccionada em algodão, poliamida, elastano e elastodieno. Segundo o povo, meia fininha que homem, principalmente os antigos, usa quando veste roupa social e sapatos clássicos, como um Oxford, por exemplo. A alegria foi tanta, mas tanta, que logo tratei de entrar em meu calção de nylon branco, de vestir a minha camisa do Palmeiras com o número 7 nas costas, pegar o meu kichute, tudo para estrear a beleza da minha meia preta que acabara de ganhar. Saí à rua com a bola na mão, e logo vi Sandrão, Banana, Cabeção, Bertinho e Veludo sentados na calçada batendo figurinha. Assim que me viram paramentado e com a bola na mão, já começaram a se levantar, sabedores do que estava para acontecer. — Timinho? — alguém perguntou. E l
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