ENQUANTO DESCANSA, CARREGUE PEDRA >> Paulo Meireles Barguil

O título da crônica era para ser FÉRIAS, mas ele poderia lhe induzir que a estou usufruindo e não publiquei.


Para evitar este equívoco de interpretação, escolhi um provérbio que retrata bem o frenesi vivido por alguns (muitos?) de nós.


Estou me aproximando deste merecido período prologando de descanso, mas meu sonho de viagem foi dilacerado, ainda no começo de dezembro, pela variante ômicron da COVID-19.


Nada de usar roupas de frio, passear na natureza, conhecer locais seculares, degustar gostos e aromas inéditos, visitar museus...


O meu destino na 1ª quinzena de março continuará sendo o mesmo no qual permaneci nos últimos anos.


Será que só me resta tentar manter o computador desligado e não somente o monitor?


Que esperanças e alentos podem me nutrir nos próximos dias, semanas, meses...?


Os cientistas dizem que os vírus estão sempre em mutação, a qual tem maior probabilidade de acontecer quanto mais são transmitidos.


Será que os agentes infecciosos não conseguem tirar férias?


Eles também são vítimas da contemporânea compulsão produtiva e do desejo de serem famosos?


O que me consola é saber que já estamos na 15ª letra do alfabeto grego e que só faltam 9 para este acabar.


Só espero que, caso a COVID-19 alongue sua (indesejada) permanência entre nós, ela não seja nomeada pelo alfabeto quemer, que tem 74 letras...

Comentários

Zoraya Cesar disse…
oremos, Paulo. Eqto isso, desligue o computador, e, se me permite a sugestao, também o celular. Vai fazer maravilhas pelas suas férias!
Nadia Coldebella disse…
Será mesmo que o nosso alfabetinho da conta? No final, talvez precisaremos incorporar o vírus e fazer nossas próprias mutações!
Muito bacana o texto!
Albir disse…
Fico torcendo, então, Paulo, para que a próxima variante seja analfabeta!

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