UM CLÁSSICO é SEMPRE UM CLÁSSICO?

De uns tempos para cá, eu e meu marido começamos a assistir e/ou reassistir alguns filmes considerados clássicos de seus gêneros. Não necessariamente aqueles clássicos cults que são parte da história do cinema, mas filmes que por motivos diversos acabaram chamando atenção.

Como só conseguimos assistir alguma coisa depois que a criança da casa dorme, nem sempre conseguimos assistir um filme inteiro em uma sentada. Alguns filmes, inclusive, assistimos em tantos pedaços que mais parecem um seriado. Mas mesmo com esse processo lento, já conseguimos assistir filmes como Halloween, De volta para o futuro, Marte Ataca, Um Drink no Inferno e outros.

Porém, depois de assistir uns três desses filmes, uma coisa começou a me incomodar: por que esses filmes tem tanta necessidade de mostrar mulheres nuas e/ou homens diminuindo as mulheres de alguma forma?

Claro que entendo que tem uma questão cultural por trás disso, mas é no mínimo curioso pensar que até pouco tempo esses filmes eram assistidos e esse incômodo que eu sinto hoje tão claramente, não era tão claro assim. Algumas das piadas, inclusive, já foram consideradas de fato muito engraçadas.

Então, comecei a me questionar: embora muitos desses filmes tenham importância técnica ou inovação em roteiro e estilo, isso vai ser sempre maior do que o fato deles serem eticamente ultrapassados? Será que em um futuro próximo, esses filmes ainda terão condições de serem referências? Enfim, um clássico será sempre um clássico?

Comentários

Albir disse…
Acho que sim, Clara. Toda obra deve ser considerada no seu tempo. E, quando necessárias, as devidas ressalvas.
Carla Dias disse…
Concordo com o Albir. As ressalvas cuidarão do que entendemos com o tempo e manterão os clássicos.
Paulo Barguil disse…
Um clássico, de qualquer gênero, é a expressão de seu espaço-tempo, motivo pelo qual é passível de variadas interpretações, principalmente quanto o binômio for modificado. :-)
Seu texto, Clara, nos lembra o aspecto parcial, mas sublime, da arte.

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