ESCREVER OU NÃO ESCREVER? >> Paulo Meireles Barguil

Escrevo, mas não me considero escritor.


Embora as palavras sejam objetos do meu trabalho, não sou tão íntimo delas para assim me declarar.


Temos uma relação, na maioria das vezes, cordial e amistosa.


Ocasionalmente, ela é turbulenta e ruidosa.


A escrita substitui, precariamente, o que não falo.


Quanto ao que calo, continuo escondendo.


A escrita revela, razoavelmente, o que sonho.


Quanto ao que esqueço, permaneço ignorando.


A escrita expressa, satisfatoriamente, o que penso.


Quanto ao que vislumbro, sigo digerindo.


Escrevo porque estou vivo.


Escrevo para continuar vivo.

Comentários

Sandra Modesto disse…
Ótimo texto. Parabéns!
Bruna Matos disse…
A escrita é uma forma de arte, de terapia, de salvação!
Nadia Coldebella disse…
Muito bom! A gente meio q se escreve...

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