PÃO INTEGRAL >> ANA RAJA


Se o embalo da vida é dança,

abraço minha falta de ritmo,

danço descalça,

de mãos dadas com os santos,

mostrando a eles que sei o quanto é bom 

balançar o corpo 

sem medo,

sem proteção para os cotovelos e os joelhos.

A vida não obriga ninguém a bailar.

Baile como queiras bailar,

mas vem sem medo da plateia, 

da curiosidade dos olhares.

Os aplausos valem o baile,

são de rezas e de luz.

A eternidade corre

e vou continuar não pedindo permissão,

como princípio.

Mãos a me guiarem,

vejo a luz querendo querer-te no palco azul.

Comigo, a recordação da noite que nunca acabou.

A casa está lá – alma e chão; fim e início.

Sob o olhar dos santos, aceito o pão integral acompanhado de um gole de café.

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Imagem © teotea, por Pixabay

anaraja.com.br

Comentários

Jander Minesso disse…
“Vou continuar não pedindo permissão.” Tem horas que é mais fácil pedir desculpa do que licença, né? E às vezes, nem desculpa a gente tem que pedir. Uma bela declaração de princípios, Ana. Serviu de lembrete pra este leitor que costuma viver encostado na parede do baile da vida.
Soraya Jordão disse…
Linda crônica. A liberdade baila frouxa de rir.
Anônimo disse…
Pão integral com café é bom mesmo. André Ferrer aqui.

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