SAÚDE >> PAULO MEIRELES BARGUIL

Durante milênios, foi majoritária a crença na divisão entre matéria e energia, corpo e mente. 
 
No século XX, em diferentes áreas do conhecimento, essa cisão foi refutada e defendida a intensa conexão entre aquelas dimensões. 
 
Desde então, privilegia-se uma visão sistêmica, holística da realidade, considerando a sua complexidade. 
 
Na Medicina, por exemplo, cada vez mais, as doenças são entendidas e tratadas como manifestações decorrentes de vários fatores, os quais podem até ser identificados, mas o peso de cada é incerto. 
 
Há anos, é amplamente divulgado que a saúde é fruto de fatores genéticos, do local em que vivemos e trabalhamos, da alimentação, do sono, da atividade física, da renda, do nível educacional, das relações sociais... 
 
A recente praga de alcance mundial evidenciou que precisamos de contato físico e do que dele decorre, sem o qual tendemos a adoecer, pois a humanização é um processo individual e social. 
 
Para meu espanto, a ocorrência da pandemia proporcionou o (res)surgimento da expressão "saúde mental", a qual vem sendo amplamente entoada por profissionais da saúde e até em ambientes acadêmicos, os quais têm promovidos palestras e cursos... 
 
Penso que, ao adotar tal locução, estamos, mais uma vez, difundido a percepção baseada na fragmentação e perdendo a oportunidade de difundir uma perspectiva integrativa e de postular práticas, de fato, mais sadias.

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