EXÍLIO >> Paulo Meireles Barguil

Não há mais tempo para eufemismo.


Sim: eu sou um degredado!


Acreditei, várias vezes, que tinha saído da masmorra na qual estou há décadas.


Sofro por nela estar.


Mais ainda por dela não conseguir sair.


Debato-me em grades psíquicas que ferem meu corpo e minha alma.


Até que me dedico a elaborar planos e implementá-los.


Mas, infelizmente, algo sempre atrapalha o sucesso da missão.


Dilacera-me desconfiar que não tenho me empenhado, verdadeiramente, para escapar.


Machucado, olho para o céu azul claro e brilhante.


Enquanto tiver areia, há esperança...

Comentários

Zoraya Cesar disse…
Paulo, seus textos são sutis, eles ás vezes doem lentamente, como um corte de gilete. A gente lé, absorve e quando está no meio do caminho tem de parar para ver se dá para estancar o sangramento.
Nadia Coldebella disse…
Concordo com a Zô e acrescento: são responsáveis por um certo choque de realidade e, por causa disso, muitos acabam vestindo a carapuça...
Eu me impressiono sempre com a sua capacidade de dizer tanto com tão pouco.
Sensacional.

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