tic tac tik tok >> whisner fraga

 


dezembro frio em são paulo, como se não bastassem as aporrinhações costumeiras de fim de ano,

esclareço: as correrias,

passo pelo estacionamento, três gatos se amontoam no capô de um carro,

faço uma caminhada, não é bom ficar parado muito tempo, 

volto para o corredor, atravesso o campo, a quadra, a pista, 

continuo,

penso na palavra do ano: brain rot, comparo: será que nosso cérebro fritava assistindo a conteúdo trivial na televisão?,

o que vocês nos empurraram com os enlatados dos u.s.a., 

ou as novelas,

os desenhos, os comerciais, tudo tão brain rot,

os resultados dos prêmios literários, que, aliás, deviam ser divulgados mais pro meio do ano, com um tempo maior pra comemoração,

em janeiro parece notícia velha,

tudo,

na calçada a cidade recheada de caixas de leite vazias, cacos, papelões, cocôs, 

amassados, triturados, secos, 

nos balcões os neons do ano retrasado ou mais,

ninguém com o celular na mão: que raro!,

a vizinhança é perigosa.

Comentários

Albir disse…
Kkkkkkkkkk, ninguém quer evitar o brain rot, só o furto!
Soraya Jordão disse…
Esses talvez ainda tenham alguma salvação. E os que não conseguem largar nem sob a ameaça do roubo?
Zoraya Cesar disse…
nao existe salvação. os q nao estao na rua estao em casa, com celular na mão e fritando o cérebro. Depois, nao acreditam na ameaça zumbi kkkkk

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