O QUE QUER UMA MULHER? << SORAYA JORDÃO
Tem dias que a vida flana fagueira pelas ruas do tempo. É balão colorido solto no ar. Cabelo molhado, sorrisos ao vento.
Noutros, ela exige empenho, resistência, é correnteza de retorno. Tensão muscular, choro e enxaqueca.
Vez por outra, tem seus feriados, aqueles dias em que não parece disposta às obrigações. Demora para se levantar. Se arrasta pesada pelas horas. Fica de má vontade com as expectativas. Anda descalça e sem sutiã.
Sendo mulher tem suas tpm’s, momentos em que se mostra irritada e temperamental com os viventes. Quando isso acontece, ela dá uns sacolejos, uns gritos, uns beliscões pra ver se o sujeito acorda pra vida. Vermelha de raiva.
Contudo, ainda que haja seus altos e baixos, ela é vibrante, inquieta, arteira, curiosa e, arrisco dizer, jovial. Ela tem planos, sonhos, interesses, vontades e o desejo de ser amada, valorizada e reconhecida pelos seus feitos.
Embora vaidosa e cheia de caprichos, às vezes, a vida entristece, perde o ânimo, o viço, a libido, entra numa menopausa sem fogachos (deprime?). Exausta, introspectiva.
Nessa fase, é preciso lhe dar ouvidos, entender suas queixas, reconhecer sua graça, sua importância, mimá-la com elogios e carinho público.
A vida, aquela moça linda, também envelhece, ganha rugas, engorda, fica ranzinza, mas não deixa de ser atraente, encantadora e revolucionária.
É preciso lembrá-la: ela tem o poder de se reinventar, renascer, reconstruir. Em seu âmago, nunca deixa de cintilar aquela sedutora luz. Ela só precisa saber disso, ouvir isso para convencer-se.
Você tem conversado com a vida, feito elogios? Ou igual gente chata, você só reclama, cobra, critica e resmunga?
Aproveita, hoje ela está doida para receber uma proposta indecente, um convite ao viver.
Quem topa?
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