META INDIGESTA >> ANDRÉ FERRER
Ele pode ser comparado a um confeiteiro mal-intencionado que, embora produza tortas de morangos visualmente atraentes, insere ingredientes prejudiciais à saúde de quem as consome. Assim como o confeiteiro pode mascarar conservantes artificiais ou adoçantes excessivos sob a aparência de uma torta deliciosa, o líder de uma gigante tecnológica pode implementar políticas ou práticas que, à primeira vista, promovem liberdade de expressão, mas escondem algoritmos que favorecem a desinformação, amplificam discursos de ódio ou priorizam interesses comerciais acima do bem-estar coletivo.
A liberdade de expressão pode ser comparada a uma torta de morangos de maneira simbólica, revelando nuances tanto do direito quanto da delícia gastronômica. Essa analogia ajuda a explorar a complexidade desse direito fundamental, ilustrando sua riqueza, limites e desafios.
Porém, é importante lembrar que uma torta de morangos, quando mal preparada, pode ter problemas: excesso de açúcar, morangos amargos ou uma base mal assada podem comprometer o sabor. De forma semelhante, a liberdade de expressão pode ser prejudicada por abusos, como discurso de ódio, fake news ou manipulação, que "amargam" o debate público e comprometem a harmonia social.
Tanto a torta de morangos quanto a liberdade de expressão dependem de equilíbrio. A torta exige a medida certa de ingredientes para ser apreciada por todos; a liberdade de expressão precisa ser exercida com responsabilidade, respeitando limites éticos e legais. Ambas podem cumprir seu propósito sob tais condições. Dar prazer e crescimento seja no paladar ou no diálogo democrático.
Todo cuidado é pouco em relação ao confeiteiro do mal. Ele não age apenas por negligência, mas por uma estratégia clara de atrair consumidores, mesmo que às custas de sua confiança ou saúde. Da mesma forma, um CEO que permite a proliferação de conteúdos nocivos sob a bandeira da liberdade de expressão demonstra um tipo de condescendência calculada onde o impacto social é relegado em favor do lucro e do engajamento. A liberdade adulterada é como a torta que aparenta ser doce e benéfica, mas envenena aos poucos aqueles que a consomem.
Comentários
Todo ótimo instrumento é um perigo na mão dos perigosos. A faca que prepara alimentos também pode matar.