ANO NOVO, MAIS UMA VEZ >> whisner fraga

 


em casa chegavam cartões pelo correio: sim, impressos!,

feliz isso e aquilo, principalmente no final do ano,

às vezes era preciso decifrar o remetente: quem é esse tal de geraldo?, e assim por diante,

as lojas também não perdiam tempo: grudadas às congratulações, algumas ofertas, crediário a juros ridículos, novidades da estação, venha tomar um café,

agora tudo de novo, mas pelas redes sociais, igual,

é bom ser lembrado, difícil defender o contrário, mas,

as figurinhas, as mensagens encaminhadas com frequência, os recados personalizados, antes do banho, da roupa branca, da champanhe e da contagem regressiva, 

os primeiros dias nos trazem o tom: impostos, novas taxas, dívidas para o mínimo direito de viver em sociedade,

corremos a revisitar os recados de dias atrás, aquela esperança de reconstruir a breve utopia,

aí percebemos ter deletado tudo, pra salvar um espaço no armazenamento do celular.

Comentários

Zoraya Cesar disse…
pois é, a gente reclama das mensagens - muitas das quais simplesmente repassadas - mas no fundo é bom receber um feliz ano novo. Quem sabe a gente acredita?
Jander Minesso disse…
Por isso que eu anoto tudo no caderninho.
Anônimo disse…
Esperança renovada a cada ano.
Soraya Jordão disse…
a vida sem ilusão é um muro de concreto,
Albir disse…
Verdade, quase sempre repassadas, mas e se não chegassem?
E se vierem longas mensagens, vamos ler emocionados, ou pular para o último e curto parágrafo da despedida?

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