ANO NOVO, MAIS UMA VEZ >> whisner fraga
em casa chegavam cartões pelo correio: sim, impressos!,
feliz isso e aquilo, principalmente no final do ano,
às vezes era preciso decifrar o remetente: quem é esse tal de geraldo?, e assim por diante,
as lojas também não perdiam tempo: grudadas às congratulações, algumas ofertas, crediário a juros ridículos, novidades da estação, venha tomar um café,
agora tudo de novo, mas pelas redes sociais, igual,
é bom ser lembrado, difícil defender o contrário, mas,
as figurinhas, as mensagens encaminhadas com frequência, os recados personalizados, antes do banho, da roupa branca, da champanhe e da contagem regressiva,
os primeiros dias nos trazem o tom: impostos, novas taxas, dívidas para o mínimo direito de viver em sociedade,
corremos a revisitar os recados de dias atrás, aquela esperança de reconstruir a breve utopia,
aí percebemos ter deletado tudo, pra salvar um espaço no armazenamento do celular.
Comentários
E se vierem longas mensagens, vamos ler emocionados, ou pular para o último e curto parágrafo da despedida?