CELSO >> Sergio Geia

 


Taubaté. Praça Santa Teresinha. Domingo. Assim eu começava a crônica Mário, publicada aqui no Crônica, em 29/06/2024. Se quiser, leia "Mário" aqui
 
Era o relato de um engano meu, tão trivial, mas que aborrece a gente. Encontrara um conhecido de longa data, grande amigo de meu pai, a quem eu havia chamado de Mário. Logo depois da conversa me veio a dúvida se Mário era Mário mesmo ou se era Celso. Até torci para que se chamasse Mário Celso, nome tão comum. Mas não, era Celso; o estrago estava feito. 
 
Mas a vida sempre dá uma oportunidade de redenção; a minha apareceu semana passada. 
 
No mesmo trecho da praça, CELSO, eu disse CELSO, estava lá, agora fora do carro, em pé, próximo ao gramado, olhando uma flor. 
 
Ao me aproximar, enchi o peito, e disse com convicção: 
 
— Bom dia, Celso! 
 
Ele veio falar comigo. 
 
Então descobri que toda a minha preocupação foi uma tolice. Ele sequer percebeu o meu deslize naquele dia, e se eu não o avisasse, seria como se nunca tivesse acontecido. 
 
Ainda assim, ao me despedir, talvez querendo demonstrar que minha memória anda bem, exagerei na entonação, percebi depois. Eu fazia questão de repetir aquele nome com toda a potência da minha voz, outra bobagem... 
 
 
Ilustração: Pixabay

Comentários

Jander Minesso disse…
A gente é um bicho bobo, né?
Zoraya Cesar disse…
a gente vive fazendo discurso, mas no fundo continua se importando muito com o que pensam de nós
Nadia Coldebella disse…
Pior é repetir mentalmente e, quando chegar a hora, esquecer. Envergonhante!
Brasilino disse…
Dez! Srsr. Brasilino
Soraya Jordão disse…
A propósito, conhece algum Mário?
Albir disse…
Eu morro de vergonha, mas sou vezeiro desses esquecimentos.
Anônimo disse…
Sensacional, como isso é normal com a gente. Kkkkkkk Top.

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