EXPERIMENTO >> ANA RAJA


Nem vem me procurar amanhã

Não adianta querer arrancar suspiros

de alguém entregue à escuridão

Não adianta me ver sorrir

me prendendo no canto dos seus olhos

Esse amor carrega nuvens escuras

e não sabe parar de crescer

Nem tô a fim de atender o telefone

Hoje chega

Eu presa no seu sorriso de canto de boca

Amor raro se aproxima

preparado para todas as modalidades de salto desprovido de paraquedas

Presa

sei disso

Nem vem me procurar se for amanhã

É hoje

Por que se demorar olhando para a minha janela?

Sobe 

O elevador voltou a funcionar 

Mandei uma mensagem esses dias

Acenei o aceno dos que amam

todos viram e riram do meu amor

são livres e tolos

Presa no canto dos seus olhos 

no seu sorriso

A música do Milton acabou 

Repito mais dez vezes

“Quem sabe isso quer dizer amor, estrada de fazer o sonho acontecer”.


Comentários

Jander Minesso disse…
Me lembrou uma frase que ouvi da minha Coen: “o tempo é infinito se a gente estiver onde está. O problema é que nunca estamos.” Belos versos, amiga.
Jander Minesso disse…
Vou deixar esse gracejo do corretor automático de brinde. 😂
Zoraya Cesar disse…
Pode até ser amor, mas parece o amor dos desesperados, dos que esperam que, da ilusão, venha uma realidade boa. Espero que a protagonista tenha uma boa sorte e, quem sabe, o.objeto de seu amor lhe leve flores. Hoje. Não amanhã. Hoje. Pq a música do Milton já acabou. Que texto, hein, Ana?
Anônimo disse…
Lindo!!!
Nadia Coldebella disse…
Esse amor de expectativa faz mais mal que bem, dói a dor da rejeição adiantada. A protagonista é corajosa ou tola, não sei, mas se arrisca alto. Espero que a campainha toque hj ainda.
Albir disse…
Que beleza, Ana!
Ansiedade, medo, ousadia, ou seja, amor, mesmo que não aconteça, já é!
Soraya Jordão disse…
Amar exige coragem, aposta, salto, expectativa, tremor. Arrepio. Ameiiiii

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