É bom estar em casa quando está chovendo forte lá fora e olhar a chuva cair.>> Chloé para Alfonsina Salomão

Quando começa a chover, geralmente são gotinhas e a gente normalmente está lá fora. Então começamos a correr para casa, porque sabemos que essas pequenas gotas logo vão se transformar em gotas grandes... Rodamos a chave e chegamos encharcados correndo. Nos sentimos bem e orgulhosos. A gente se troca, se enrola em um cobertor bem quente e senta ao lado de uma janela, sempre ao lado de uma janela, é lógico, é satisfatório pensar que estamos ali enquanto poderíamos estar sob a chuva fria e forte. Um trovão estronda! A gente se encolhe ainda mais. Às vezes é um pouco malvado, mas é divertido ver as pessoas desesperadas passando correndo com o guarda-chuva quase quebrado. A gente também gosta quando elas nos olham, como se quiséssemos deixá-las com inveja. Depois começamos a nos cansar, então vamos buscar um chocolate quente, nos aconchegamos de novo e continuamos a olhar.

ps: O texto de hoje quem escreveu foi minha filha Chloé, de 11 anos. Eu só traduzi.


Comentários

Jander Minesso disse…
Seu pequeno já tinha um haiku publicado aqui, não tinha? Uma galerinha talentosa aí, hein? Amei o texto e, em especial, o mea culpa quando ela admite que gosta de ver os outros tomando chuva.
Nadia Coldebella disse…
Eu sempre fico impressionada com o poder metáforico das palavras concretas de uma criança! Fala pra Chloe que ela está de parabéns!!
Francisco disse…
É um texto que evoca memórias e sentimentos de conforto, segurança e um pouco de diversão às custas dos outros, tudo isso emoldurado pela beleza e força da natureza. Parabéns!
Anônimo disse…
Sim Jander, publiquei antes um haiku do meu caçula, a mãe coruja aqui não resiste e… este é o segundo que publico da minha filha. Também gostei do meu culpa, achei fofo ela reconhecer estes prazeres que normalmente escondemos.
Anônimo disse…
Vou dizer pra ela sim, obrigada!
Zoraya Cesar disse…
Amandita, que generosidade a sua em colocar esse relato lindo aqui! Minha Nossa, lembrei de mim, q sempre amei ficar olhando a chuva e hoje jamais poderia descrever esse prazer tao singelo com a riqueza do colorido, das sensações, da sim-pli-ci-da-de do sentir e dos detalhes q cercam esses momentos, chegar em casa, virar a chave, sentar à janela. Chloé já nasceu escritora!
Soraya Jordão disse…
Que lindeza mais querida.
Albir disse…
Muito bom, Alfonsina! Continue trazendo seus filhos! Assim visitamos nossa infância.

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