BASTIDOR >> PAULO MEIRELES BARGUIL
6ª feira de noite, depois da 22h, pouco antes do seu prazo acabar, ele começa a escrever.
Às vezes, traz alguma ideia e a crônica nasce sem maiores dificuldades.
Outra vezes, na maioria delas, olha para a tela em branco e procura, dentro de si, algo para compartilhar.
Faz uma varredura no dia, na semana...
O silêncio da vizinhança torna a missão mais fácil.
Suspira fundo, pois sabe que, daqui a alguns anos, não terá esse privilégio.
Mas o que importa, agora, é terminar a crônica e publicar.
O futuro é duplamente incerto: não se sabe a extensão, nem a qualidade.
As linhas vão sendo ocupadas e ele se sente mais tranquilo: conseguirá, mais uma vez, cumprir a missão.
Repetidamente: visualiza a prévia, revisa o texto, procura palavra repetidas e as substitui por sinônimos...
Com alguma frequência, constata que o título está inadequado e o modifica.
Após várias peneraidas sem resquício, a iguaria é servida.
Comentários
E sim: revisar trocando palavras iguais é mandatório. Mas sempre sobram umas duas ou dez.
Pelo menos vc não encontrou o silêncio das palavras...