DESPLANEJAR O COTIDIANO >> whisner fraga
assistíamos à série, bem produzida, dez episódios, vinte e poucos minutos cada, gostamos bem, tudo amarrado, roteiro, atuações, figurino, fotografia, raro,
mais o frio, mais um cobertor para três, mais um chá,
chega a hora de dormir, não tem problema, acordamos cedo, fomos, ainda alegres da experiência,
e isso não se repete, (invocamos a desorganização, o desplanejamento)
assim:
primeiro cogitar o silêncio, se ajeitar no sofá,
depois tatear a casualidade,
quando estiver cheio de pausas, gritar (candidamente): helena,
ela abeira, descobre um controle, antes mesmo do abraço, arrisca o veludo do botão, a tela se anima,
(um casal-colgate surge dos pixels)
enter,
a música da abertura encoraja ana, que chega com o edredom,
(camomila, capim-cidreira, erva-doce, baunilha?)
quem é que está cantando?,
eita, vai conversar ou ver o filme (não é filme),
ai, cócegas não, vai derramar, para,
a arritmia desorganizativa,
a faísca.
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imagem gerada no canva.
Comentários
Aí vc descobre, no final, uma certa confusão e um sentido implícito. Na verdade parece ser uma pequena descoberta, mas logo a gente percebe que é muito significativa.
Tipo a desse texto, uma singela cena em família, que aquece o coração e desperta muitos desejos...
Meu grande mestre!