SONETO DE INFELICIDADE >> JANDER MINESSO

 


De tudo, ao meu gestor serei atento
Antes, e com tal medo semi-insano
Que até um abuso mais que desumano
Vire rotina no departamento.

Vou labutar a cada vão momento
E em prol da empresa hei de gastar meus anos
E dar meu sangue e protelar meus planos
Temendo sempre o meu desligamento.

E assim, quando mais tarde me aposente
Quem sabe um lote, um sítio lá na serra
Quem sabe uma S.U.V. sul-coreana

Que eu diga dos meus dias (nessa Terra):
Que não foram em vão — fiz uma grana
E não fui diretor, mas fui gerente.

Imagem: Pixabay

Comentários

Anônimo disse…
👏👏👏
O Tocantins inteiro pra você!
Hermano disse…
"Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono."
Ana Raja disse…
Uma pena, que vender a nossa arte na praia não dê dinheiro!
Soraya Jordão disse…
Sensacional!Lembrei dos meus anos de bancária.
André Ferrer disse…
Soneto PROZACiano (20mg).
Clara Braga disse…
Excelente! 👏🏼👏🏼👏🏼
Nadia Coldebella disse…
Genial! Tanto no conteúdo quanto na escolha do formato. É engraçado, mas se um jeito triste. Muito bom, Jander!
Zoraya Cesar disse…
uauauauauaua, Jander, ri muito e doeu. Só dói qd a gente ri, né? Os palhaços choram, a plateia ri. E vamos levando.
SENSACIONAL, formato, rimas, sentido. que triste. E eu lendo isso num domingo à noite e me identificando aqui e ali...
Albir disse…
Jander, você é um mágico das palavras. Surpreende até o leitor mais precavido.

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