BOLEROS >> Sergio Geia
Eu já intuía.
Agora confirmei: sou mesmo chegado num bolero.
Certa vez quis dançar aqui em casa e coloquei Luis Miguel. Ela debochou, disse que era antigo, quis mudar a música. Não que eu goste do cantor, até gosto mesmo, mas as canções que ele canta me atraem (ou não canta, pelo menos outro dia por aqui: La barca?).
Hoje pela manhã, lendo a coluna do Ruy Castro, na Folha, eu tive a confirmação.
Conheço ritmos muito por cima. Até sei diferenciar (acho que sei) um rock de um samba (quem não sabe?), de um bolero, ou mesmo de uma valsa. Mas Ruy trouxe inúmeras canções que adoro. Detalhe: todas boleros.
Mania de você, Baila comigo e Caso sério da Rita Lee. Dois pra lá, dois pra cá, de João Bosco e Aldir Blanc. Meu bem, meu mal, de Caetano Veloso. Começar de novo e Bilhete, de Ivan Lins e Victor Martins. Até quem sabe e Simples carinho, de João Donato. Anos dourados, de Tom Jobim e Chico Buarque. Bye bye, Brasil, de Roberto Menescal e Chico, e Folhetim e Sob Medida, só do Chico.
Descobri a razão de gostar tanto dessas canções, especialmente Caso sério, Anos dourados, Bye, bye, Brasil, Folhetim e Sob Medida: adoro boleros.
A propósito: que tal Los Panchos para abrir a noite?
Um vinhozinho talvez?
Antigo?
Ilustração: Pixabay
Comentários
Mais um texto com a leveza e a franqueza que poucos têm. Mas esse trecho acima… esse pedacinho aí é arte.