TEMPO DE NASCER >> Soraya Jordão
O medo de não estar à altura da função, a ansiedade pelas incertezas do caminho e as noites perdidas de sono também traçam semelhanças. Há desejos e enjoos no decorrer da gravidez em ambos os casos.
Tudo começa na cama da história. Escrever envolve um deixar-se fecundar pelas personagens nos lençóis do tempo. Sem garantias ou certidões, apenas promessas.
A cada capítulo, testemunhamos o crescer da criatura. Pés, pernas, tronco, bracinhos, mãos, nariz, boca, olhos. Pouco importa o sexo. Só desejamos que venha com saúde e fôlego para ser feliz.
Do Ciranda de Mamutes, a mãe sou eu. Quem é o pai? Não sei dizer, nunca se sabe. Todo livro nasce órfão, à espera de um afeto que o adote e embale. Nem sempre o colo acontece. Muitos são condenados a viver na solidão, ainda que tantos outros se aconcheguem na mesma prateleira.
Todo livro é um bebê prematuro, carente de toque, olhar, atenção e cafuné em suas linhas.
Todo leitor é uma família em potencial.
Todo escritor é um espectador.
Toda leitura é um acender de luzes no infinito do universo.
Ciranda de Mamutes
Para saber mais sobre o livro e adquirir seu exemplar:
Comentários
Sucesso pra você e pro filho.