O CORPO >> Ana Raja
Escutei essa frase durante uma Live, e, ela segue a me acompanhar.
A escrita é o reconhecimento de si e do mundo. Além de se alimentar da criatividade, afeta a postura do corpo, seja acontecendo diante do computador ou de um caderno, em um processo mais lento e visceral. Seja qual for o meio, ela tem a capacidade de ser “corpo” chegando a lugares onde o escritor, por si só, não chegaria.
Essa frase me tombou, inquietando algo em mim. Desde que a escutei, ando dispersa e com o meu corpo pulsando diferente. Admirando a beleza que ela inspira e permitindo que ela conduza o meu escrever.
Me sinto refém da escrita, e, ao mesmo tempo, livre diante do leitor entregue às palavras que não mais me pertencem. Meu corpo em papel e telas, visitando mentes que o convidam a participar de seus enredos.
Acho que existem inúmeras formas de definirmos a escritura. Ela reverbera diversa em e para as nossas histórias. Para cada pessoa, um sentindo. Mas o encantamento e a urgência em preencher a folha em branco são unanimidade.
Estar nesse mundo é fazer uso da escrita para sermos. Para reivindicarmos, denunciarmos, fabularmos. É passar horas imersos em uma solidão barulhenta e chegarmos ao último parágrafo com um final feliz, ou ao gosto do escritor e de acordo com o devaneio do leitor.
Comentários
Escrever é uma experiência única.E confirtente. É um privilégio enfrentar a página em solidão até que esteja ali o que antes não estava.