SOMBRAS >> Ana Raja
O tempo enredado em mim vem de um passado que não reconheço, apesar de ciente da sua existência. Ele pertence a minha linhagem, às mulheres do meu sangue.
Nossa missão é ser livre. Pelo caminho, vamos nos desnudando de tudo que seja sombra, teia, cordas, palavras profanas e destinos escritos por mãos ceifadoras de desejos.
A cada geração, uma esperança. Vejo nos olhos da minha mãe algo novo. Vejo em meus olhos a certeza do novo. Ainda verei nos olhos das minhas filhas e netas a liberdade estampada e vivida sem ressalvas.
Eu sou o que você vê.
Eu sou o que eu quero ser.
Eu luto e me machuco por você.
Eu rodo no emaranhado de planos por mim.
Por nós, continuo a não morrer.
Imagem © Gordon Johnson por Pixabay
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