PARA O BEM DE TODOS >>> SORAYA JORDÃO
Quando dezembro se aproxima, os encontros com Papai Noel se tornam frequentes e toda a atmosfera pisca nas mais coloridas cores. Me abraça, até quase sufocar, uma esperança incandescente.
Os dias se transformam em minutos velozes, tudo se torna leve, aerado. Afinal, a passagem do ano levará consigo a trouxa pesada das coisas insuportáveis, das mágoas lamuriosas e dos sentimentos ruins. Aquela sensação de alívio, que só sente quem concluiu o exercício físico numa segunda-feira de manhã, invade festivamente meu universo. Não bastasse isso, o findar de um ano também promove a liquidação do perdão. Não há melhor época para pedir e conceder indultos. Tenho a teoria de que as mágoas são sensíveis a um velhinho vestido de vermelho ou temem o ensurdecedor barulho dos fogos. Ainda bem! A vida ganha sua dimensão de brevidade e perde seu peso habitual. Até o maldito “amigo oculto”, brincadeira fadada a frustração e injustiças, é levado com graça e bom humor. A garantia de um recomeço parece trazer em si a vibração contagiante de uma nova chance.
É fato que a magia do reinício não enfeitiça a todos igualmente. Muitas pessoas condenam o perdão de fim de ano. Consideram falso esse furor afetivo entre pessoas que se odiaram no decorrer dos 365 dias e aproveitam para revalidar o rancor vigente.
E se eu te disser que isso não é uma boa estratégia de sobrevivência? Que, em última instância, perdoar é uma atitude de autopreservação?
Uma matéria publicada ontem, no Jornal O Globo, aponta que a raiva e o ressentimento são sentimentos que impactam negativamente o cérebro e o metabolismo do corpo humano. Pesquisadores do conceituado Hospital John Hopkins destacaram que as pessoas que guardam rancor têm maior probabilidade de sofrer de depressão grave e transtorno de estresse pós-traumático, bem como de outros problemas de saúde.
E, se você ainda não está convencido do poder curativo do perdão, te apresento os resultados de um estudo recente: o ato de perdoar pode gerar enormes benefícios à saúde como: reduzir o risco de um ataque cardíaco, melhorar os níveis de colesterol e o sono, reduzir a dor, a pressão arterial, a ansiedade, a depressão e o estresse.
Enfim, não sou só eu que estou dizendo, a ciência também recomenda. Neste fim de ano, pense mais em você, na sua saúde física e mental, foque na esperança, no pensamento positivo, em sonhos, metas e prazer de viver.
Invista no perdão, ainda que por razões egoístas.
O mundo carece de empenho. Ele anda doente de desamparo.
Mas não se esqueça: perdoar é parar de ruminar, de mastigar sementes de dor. Isso é muito diferente de não se proteger das más intenções.
Feliz perdão! Feliz 2024!
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