NOITES DE PRIMAVERA >> Sergio Geia
Havia uma brisa de verão na noite primaveril.
Era morna, acarinhava a pele do rosto com suavidade, até sentei. Pensei, deixa acarinhar, deixa.
Esquecido do jantar no fogão, lembrei-me de algumas noites primaveris, o moço ingênuo a tocar violão na varanda, as moças passando e rindo, deixando um perfume no ar, me deu saudades.
Voltei ao fogão para terminar o jantar. Jantei. Depois, faminto de tão boas recordações, do ventinho morno a tocar a pele, quis um pouco mais.
Não encontrei.
O que encontrei foi vento arredio, frio de quase gelar, a impressão de que faria chuva.
Fechei a porta.
As lembranças foram todas, não as achei mais.
É primavera.
Desabotoa o verão, sem se esquecer do inverno que já passou.
P.S.: Das miúdas, com certo frescor de poesia. Eu adoro. Você não?
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