2021 >> Whisner Fraga
esse pressentimento de mesmice, invariabilidades,
o ano se foi, é certo: reverberam os jornais, o show da virada, na globo, um tal relógio atômico: não há o que reconsiderar,
as notícias, porém, são reiterações que incomodam: o vírus, as mutações, as mortes, a vacina, as seringas, as aulas remotas, a corrupção,
este novo ciclo há de ser distinto: as dietas, as conversas, as reclamações, as séries,
isso podemos mudar, mas não nos interessa,
o ano é recente e com ele uma desesperança, uma dívida, uma decepção: são novidades indesejadas, mas são novidades, afinal,
as dívidas, aliás, virtuais, mas ainda reais,
os boletos a um clique, os códigos de barra a um espiar ligeiro da câmera e pronto, o dinheiro escoa da conta a velocidades astronômicas, e nem o vejo, é ficção,
uma fome nova me desperta agora mais cedo: uma essência de café e está tudo perdoado,
sei que o ano é novo porque acordo mais cedo agora: eu, que já nem me recordava de um dia despertando,
a menina fica até mais tarde agarrada ao travesseiro e só se dá conta de alguma mudança porque não consegue mais explicar algumas coisas,
como considerar jovem um tempo de milhões de anos?
Comentários
Hj em dia o tempo é um milhão de anos em um segundo. Um rapidez q não anda e uma eternidade q não dura.
Maravilhosa reflexão!
Gde abç