METROLOGIA >> whisner fraga
vejam a régua, este instrumento demoníaco, substituto da palmatória, em outras eras, mas também usado para fins originais, conectados aos cálculos de diversos comprimentos,
a régua se tornou abstrata e fonte de medição de outras grandezas correlatas,
um exemplo: cara, dezoito reais de aumento do salário mínimo e você fazendo o L?,
a régua deste sujeito é maior, mais robusta, de um material nobre, adquirida, ainda por cima, em uma loja de grife, o próprio objeto incorporando em si o peso do marketing,
e assim por diante,
dezoito reais perto dessa monstruosidade ostentatória não são nada, evidentemente,
mas para o outro, que inclusive fabricou o próprio mecanismo, às vezes utilizando a goiabeira ou outra madeira menos frutífera, nas horas vagas, se é que podemos conceber como vagos aqueles raros momentos de descanso, para este, dezoito reais são um mundo,
daí a consequência óbvia: dezoito reais compram quantos quilos de picanha?, e nem é salutar tergiversar sobre questões extracorpóreas, porque o cidadão, infelizmente, não conhece a régua de picanha, ficando o sentido comprometido,
resumindo: quem come carne de primeira continuará comendo, até se tornar vegetariano ou pobre,
de resto, ninguém rasga ou queima dinheiro, ainda que sejam dezoito reais.
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imagem: pixabay, os créditos não foram requeridos pelo autor e, por isso mesmo, nem sei quem é.
Comentários
Tem gente que nem régua tem ou, se tiver, nem sabe pra que serve. Estão ligados no modo "reclamando com a manada", e usando o dedo pra furar o próprio olho.
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