NÃO >> Whisner Fraga
Eu não estava em Mariana. Nunca estive em Mariana.
Sou mineiro e nunca estive em Mariana. Isso talvez não se perdoe.
Eu não estava em Mariana quando a barragem sucumbiu, tanta lama colocaram para que ela segurasse. Falaram de um terremoto, como se fôssemos mais ingênuos do que realmente somos.
Eu não estava em Mariana quando um oceano de barro arrastou consigo casas, carros, árvores, ruas e vidas.
Eu não estava em Paris.
Eu não estava no Bataclan naquela noite absurda em que fuzis arrancaram deste mundo a esperança na humanidade.
Eu não era o homem que filmou, voyeur nefando, os fundos do clube, que gravou pessoas penduradas na janela, pessoas arrastando pessoas baleadas pelas ruas charmosas de Paris.
Eu não era o homem que filmou e narrou o horror.
Eu não estava no Bataclan quando a covardia ricocheteou nos corpos atônitos de cidadãos do mundo.
Eu não estava no hoten Radisson Blu, em Bamako.
Nunca fui ao Mali. Se brincar nem sabia que o Mali faz divisa com Senegal. Com a Mauritânia.
Nunca fui ao Mali. E acho que não pretendo ir jamais também.
Portanto, não estava em Bamako quando eles subiram para o último andar e esperaram para atacar novamente.
Os sequestradores gritaram “Alá é grande”. É o que dizem.
Mas isso é boato. Não é nada.
O que é alguma coisa é o grito das pessoas, que irá rebombar pelos ouvidos dessa raça inútil até que o mundo decida se livrar dela.
Eu não estava em Mariana. Eu não estava em Paris. Eu não estava em Bamako. Mas muitas pessoas estavam.
Sou mineiro e nunca estive em Mariana. Isso talvez não se perdoe.
Eu não estava em Mariana quando a barragem sucumbiu, tanta lama colocaram para que ela segurasse. Falaram de um terremoto, como se fôssemos mais ingênuos do que realmente somos.
Eu não estava em Mariana quando um oceano de barro arrastou consigo casas, carros, árvores, ruas e vidas.
Eu não estava em Paris.
Eu não estava no Bataclan naquela noite absurda em que fuzis arrancaram deste mundo a esperança na humanidade.
Eu não era o homem que filmou, voyeur nefando, os fundos do clube, que gravou pessoas penduradas na janela, pessoas arrastando pessoas baleadas pelas ruas charmosas de Paris.
Eu não era o homem que filmou e narrou o horror.
Eu não estava no Bataclan quando a covardia ricocheteou nos corpos atônitos de cidadãos do mundo.
Eu não estava no hoten Radisson Blu, em Bamako.
Nunca fui ao Mali. Se brincar nem sabia que o Mali faz divisa com Senegal. Com a Mauritânia.
Nunca fui ao Mali. E acho que não pretendo ir jamais também.
Portanto, não estava em Bamako quando eles subiram para o último andar e esperaram para atacar novamente.
Os sequestradores gritaram “Alá é grande”. É o que dizem.
Mas isso é boato. Não é nada.
O que é alguma coisa é o grito das pessoas, que irá rebombar pelos ouvidos dessa raça inútil até que o mundo decida se livrar dela.
Eu não estava em Mariana. Eu não estava em Paris. Eu não estava em Bamako. Mas muitas pessoas estavam.
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