RAGNAR >> Sergio Geia

 


É um nome difícil de pronunciar: Ragnar Lodbrok. 
 
Andei pesquisando. Ragnar Lodbrok, esse homem de nome difícil, foi um lendário rei da Dinamarca e da Suécia. Reinou durante os séculos VIII e IX. Segundo a Saga de Ragnar Lodbrok, as "calças felpudas" (lodbrok) de Ragnar, eram umas calças de pele de lobo, fervidas em breu, confeccionadas para enfrentar e matar a serpente muito venenosa que guardava a princesa Tora Borgarhjört. 
 
Há uma série intitulada Vikings, do History Channel, que você encontra na Netflix. Nela, Ragnar Lodbrok, interpretado pelo ator australiano Travis Fimme, torna-se o grande líder de seu povo, levando-o a grandes conquistas. A série é ótima e eu recomendo. 
 
Mas o nome desse guerreiro corajoso e forte foi dado a um gatinho já idoso e que eu conheci outro dia. Dócil e dorminhoco, Ragnar está a léguas de distância de ser um guerreiro viking tal qual seu xará. Também não tem o mínimo interesse em expandir seu território, está de bom tamanho o que tem. 
 
Ragnar era de um rapaz que viajou pra gringa, deixando-o com a namorada; não voltou mais. A namorada não pôde ficar com o gato. Laura e Lorena, amigas da namorada, o adotaram. Depois de anos de convivência, Laura e Lorena precisaram se mudar. Provisoriamente, ele ficou com Chiara, amiga de Laura e Lorena. E pelas mãos de Chiara (ou pelos vídeos), eu o conheci. 
 
Vi um Ragnar todo pimpão recebendo carinho no pescoço, na orelha e na cabeça. Esticado no sofá como um bêbado depois de uma noitada de carnaval. Sobre a mesa disputando com o notebook a atenção de Chiara ou dormindo na cama debaixo do cobertor, tal qual uma criança. 
 
Segundo Chiara, Ragnar é calmo e carinhoso. A maior parte do dia, dorme. Às vezes, na madrugada, cisma de correr pelo quarto; ela estranha. Pouco tempo depois, cansa e volta a deitar. 
 
Laura e Lorena se instalaram no novo apê e o levaram pra casa. Soube que sua adaptação demorou. Perguntei a Chiara se depois da experiência gostaria de ter um gato. Não, foi a resposta. Não haveria nenhum outro como Ragnar. Concordei. Aliás, de uns tempos pra cá, sempre que estou com ela pergunto dele. Parece que virou da família. É bom saber que está bem. 
 
 
Ilustração: Pixabay

Comentários

Jander Minesso disse…
Conviver com um bicho faz a gente entender melhor até o próprio comportamento, né? Lembranças ao guerreiro escandinavo.
Anônimo disse…
Não. Sou Sylvia Testa Braga prima do grande cronista.Tudo o que Sergio Geia escreve eu vivo o que escreve. Entro dentro da crônica, como se la eu tambem estivesse. Gosto tambem de ESCREVER E leio muito. O mundo fica mais lindo atraves da leitura
Parabéns querido Sefgio Geia
Mário Baggio disse…
Vida longa ao Ragnar.
sergio geia disse…
Jander, Mário e Sylvia, obrigado. Já tive bichos, hoje não tenho. Rag é um encanto. Vida longa a ele, Mário!
Zoraya Cesar disse…
Quem conhece um gatinho Ragnar só quer ver beleza na vida! Que delicadeza de narrativa!
Soraya Jordão disse…
Lembrei da minha Dolly. um nome doce para uma mocinha braba.

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